domingo, 25 de julho de 2010

Imitar para inovar. Entrevista especial com Glauco Arbix

DEPOIS DE LER ESSA ENTREVISTA, UMA LUZ BRILHOU EM MINHA MENTE... ESPERO QUE NA SUA, TAMBÉM EXERÇA ESTA TRANSFORMAÇÃO... COPIAR PARA INOVAR....
TEM MUITA GENTE POR AÍ, QUE CONDENAM AS CÓPIAS DE PRODUTOS QUE JÁ EXISTEM, POR SEREM CÓPIAS EM ALTERAÇÕES...
NESTA EXPLOSIVA REPORTAGEM, O ENTREVISTADO É UM FILÓSOFO E DOUTOR EM SOCIOLOGIA, QUE ACREDITA QUE IMITAR, PARA INOVAR É UMA DAS SOLUÇÕES PARA SE CRIAR PRODUTOS NOVOS, DE NOVAS POSSIBILIDADES...
E PENSE NISSO, E LEIA A ENTREVISTA... FANTÁSTICA...
"A inovação é chave em todo o mundo. É uma peça fundamental para que as empresas cresçam rapidamente. Pesquisas indicam que as empresas que inovam pagam melhores salários, dão melhores condições ao funcionário, valorizam mais o tempo de trabalho e a experiência de seus trabalhadores". Essa é uma das principais conclusões do professor Glauco Arbix.
Em entrevista à IHU On-Line, realizada por telefone, Arbix analisa a relação entre o imitar e o inovar e a noção de propriedade intelectual na era da economia do conhecimento. Para ele, quando se "copia" uma ideia adequando-a a uma nova realidade e necessidade há um processo de inovação. "Não estou falando da cópia vulgar, a cópia significa se basear num processo que já está dado e faz acontecer de tal forma que algo de novo surge", explica.
O filósofo Glauco Arbix é doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutor pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts e pela London School of Economics and Political Science.
Atualmente, é professor na USP.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Porque a ideia do “imitar e inovar” é interessante para ao Brasil?
Glauco Arbix – A inovação é chave em todo o mundo. É uma peça fundamental para que as empresas cresçam rapidamente. Pesquisas indicam que as empresas que inovam pagam melhores salários, dão melhores condições ao funcionário, valorizam mais o tempo de trabalho e a experiência de seus trabalhadores. As empresas inovadoras contratam funcionários com maior tempo de escolaridade e, do ponto de vista da própria economia, elas são as mais dinâmicas, as mais aptas e as que, provavelmente, vão se transformar, ou podem se transformar, em exportadoras. Quando trabalhamos no Brasil com inovação se percebe que, muitas vezes, tanto os empresários, quanto os órgãos públicos ou as Universidades, a palavra em si tem diferentes sentidos. Em todo país é muito forte a tradição que vê a inovação como uma atividade de alta tecnologia, que está identificada com as áreas da alta engenharia, com avanços tecnológicos que marcam época, com habilidades que dependem de cientistas e laboratórios. No entanto, o Brasil tem mais de dez milhões de empresas, e a maioria delas não tem laboratório, engenheiros, mestrandos ou doutorandos etc.
Eu já assisti palestras que falavam que há empresas nos Estados Unidos que investem dois bilhões de dólares por ano em seus laboratórios, departamentos de pesquisa e desenvolvimento. Isso nós não fizemos no Brasil. Qual empresa daqui pode, investir 1 ou 2 bilhões de dólares? São raras as empresas do mundo que fazem isso. Então, a minha preocupação, assim como a de todos os pesquisadores aqui do observatório da inovação da USP, é exatamente mostrar que há níveis diferenciados de inovação. Temos inovações muito radicais, que é aquela que marca época, como a Internet, a Televisão, o Rádio. Mas, ao mesmo tempo, temos inovações tão ou mais revolucionárias que não utilizaram praticamente nada de tecnologia, por exemplo, no começo do século passado um proprietário de uma empresa de automóveis, chamado Henry Ford, desenvolveu um sistema de montagem dos automóveis que revolucionou o mundo da indústria, que não foi a mesma depois dele. Veja, ele não inventou a porca, a ruela, a correia, a base em cima da qual as peças eram levadas até os trabalhadores. Ele juntou tudo isso e teve a ideia de aproveitar melhor a capacidade de trabalho de seus funcionários, utilizando uma ideia muito antiga. E foi só isso que ele fez? Não, ele fez isso e aumentou os salários de seus funcionários e, com isso, praticamente triplicou o valor de mercado deles. Assim, a indústria nunca mais foi a mesma, não somente as empresas de automóveis, mas tudo que é industrial passou a utilizar das formas que o próprio Ford inventou.
IHU On-Line - E como podemos trazer esse exemplo para hoje?
Glauco Arbix - Um exemplo da era informatizada: uma empresa como a Apple, que é uma das empresas mais inovadoras do mundo, fez o Ipod e o NanoPod que foram um sucesso estrondoso, que é objeto de desejo de uma parcela gigantesca da juventude, todo mundo quer um aparelho desses, só que tem um problema: A Apple Steve Jobs e seu Iphone não foi a primeira, não foi a segunda a fazer esse tipo de produto. Ela entrou bem depois no mercado e não foi a inventora do MP3, nem do aparelho que lê arquivos MP3. Eu acompanhei uma palestra do presidente da Apple, Steve Jobs, uma personalidade muito forte e polêmica, e o que vou repetir eu escutei dele: “Vocês pensam que a Apple inventou esse display do Ipod? Não! Isso foi desenvolvido, em grande parte, pela Secretaria da Energia dos Estados Unidos. Vocês pensam que a Apple inventou a bateria de lítio, que dá uma durabilidade de capacidade de desenvolver as músicas? Isso não é verdade. Quem desenvolveu isso foi o Ministério da Defesa. Então, o que a Apple fez? Ela combinou um conhecimento já dado de uma forma inteligente”. Essa última frase é muito marcante, porque ela é bastante elucidativa para o Brasil.
Enquanto ficamos sonhando com essa ou aquela invenção, deixamos de incentivar milhares de avanços e inovações. Enganam-se aqueles que acham que desenvolver pequenas mudanças não é uma atividade nobre. Vou radicalizar no exemplo: uma inovação menor, vamos chamar assim, é aquela que não é de ruptura para o mundo, é quando uma empresa brasileira consegue “tropicalizar” um produto ou uma ideia que já existe fora. Ela não inventou nada, porém adaptou, mostrou, acomodou, fez adequações às realidades brasileiras, arriscou, fez diferente. A empresa está copiando? Praticamente, mas copiar é fácil? Nem um pouco!
Poucas áreas da economia brasileira trabalham na fronteira do conhecimento. Nós somos um país que ainda tem um longo caminho a percorrer no campo das ciências, da tecnologia, dos sistemas de produção. Agora, se nós acharmos que tudo o que precisamos de inovação só vai ser dirigido e orientado por um grupo seleto e restrito de empresas, estaremos julgando a esmagadora maioria das empresas do país que querem e se dispõem a evoluir. Essa discussão sobre inovação e imitação tem um impacto muito forte para a universidade brasileira, para o conjunto das empresas, associações de empresários e, fundamentalmente, para as políticas públicas.
IHU On-Line – Qual é a contribuição das universidades nesse sentido?
Glauco Arbix – As universidades brasileiras vêm de uma tradição muito forte na área da pesquisa, e temos pesquisas de qualidade no país. Mas, ao mesmo tempo, podemos e devemos avançar muito mais no que diz respeito ao relacionamento e sintonia com os esforços que o país vem fazendo para se desenvolver. Não tem nada a ver com quebrar a ideia da autonomia. A universidade tem que ser autônoma, o conhecimento tem que se basear na curiosidade, na intuição e disposição do pesquisador. Tudo isso é chave para descobrirmos novos caminhos e gerar novos conhecimentos. Mas isso em absoluto está em contradição com o esforço para trabalhar em conjunto com os agentes econômicos públicos e privados para que eles se capacitem mais e consigam absorver mais o conhecimento para, exatamente, produzir mais e melhor. O grande beneficiário disso será a população. A universidade precisa entrar em sintonia com a economia, sem abandonar a sua pauta de pesquisa e o seu ritmo.
IHU On-Line – A partir dessa ideia de “imitar e inovar”, como o senhor situaria a propriedade intelectual?
Glauco Arbix – A propriedade intelectual é um regime que permite você preservar, por um determinado período, um certo monopólio de uma ideia brilhante que se teve. A ideia básica daquelas que estão ligadas à propriedade intelectual é a seguinte: eu invisto e, por um período, tenho que me beneficiar e obter vantagens a partir do reconhecimento daquilo que produzi. Quando se discute a propriedade intelectual, o que está em jogo é que a partir de um certo momento quem apresentou um produto ou um processo ou um serviço e conseguiu trazer a luz um bem com características novas para o mercado, economia e para a vida está conferindo uma série de vantagens por um espaço de tempo. Depois disso, o monopólio passa a ser de domínio público. Quando falamos num processo de imitação e inovação, devemos entender que ao imitar, podemos simultaneamente inovar, fazer diferente. Não estou falando da cópia vulgar, a cópia significa se basear num processo que já está dado e faz acontecer de tal forma que algo de novo surge.
IHU On-Line – O senhor acha que a economia do conhecimento pode gerar uma nova divisão do trabalho?
Glauco Arbix – Aquilo que é chamado de economia do conhecimento pode ter várias interpretações. Tomando uma dela, isso é, a ideia de que estamos caminhando para uma sociedade em que o conhecimento cada vez faz mais parte dos processos de produção e dos serviços, é evidente que vamos ter uma relação completamente diferente no mundo do trabalho e no lugar em que os países e economias ocupam no conceito das relações. Se não avançarmos da imitação para a inovação, não elevarmos nosso padrão de qualidade educacional da população, vamos estar muito mal nesse novo momento. Esse novo momento significa que os países que avançaram mais vão ocupar um lugar completamente distinto dos outros. Com isso, teremos uma nova divisão do trabalho. Estaremos, portanto, mais uma vez jogados para a periferia. Como não é isso que está ocorrendo, os países em desenvolvimento tem se expressado de uma maneira distinta, nós estamos tendo a possibilidade de quebrar essa ideia de periferia que sempre nos marcou e, realmente, abrir uma era nova. Nesse sentido, os trabalhadores mais qualificados vão ter mais possibilidade de ocupar melhor o cenário do mundo da economia do conhecimento. Desse ponto de vista, é possível que tenhamos um reordenamento, interno e externo, dos países, das economias, das pessoas, dos grupos novos sociais que emergem para ocupar um lugar diferente e melhor.
E AÍ, O QUE ACHOU DESTA REPORTAGEM, DESTA ENTERVISTA??? PASSE PARA NÓIS SUA POSIÇÃO...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Pelo banimento do amianto em todo Brasil. Entrevista especial com Edson Duarte

O amianto é uma fibra natural muito utilizada em telhas e caixas d’água. No entanto, o contato, tanto por parte do produtor quanto do consumidor, com esse recurso pode trazer inúmeras e sérias doenças, principalmente respiratórias. O problema é tão grande que o amianto é totalmente proibido na Europa, além de Argentina e Chile. O Brasil é um dos principais produtores de materiais com amianto, mas está começando a discutir o banimento dele. Nesse sentido, depois de dois anos de estudos, a Câmara dos Deputados, através do Grupo de Trabalho do Amianto, da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, apresentou, recentemente, o relatório do amianto e propôs o banimento de todas as formas da fibra em todo o território nacional.
A IHU On-Line entrevistou, por telefone, o relator do dossiê, o deputado federal Edson Duarte (PV-BA).
Ele falou sobre o conteúdo do documento, explicou os impactos que o banimento pode trazer ao país e analisou a cadeia de produção do amianto e os principais problemas que ele tem causado aos trabalhadores. “É preciso, também, que o governo brasileiro acompanhe todos aqueles que trabalharam ou que tiveram contato com a produção ou produtos feitos a partir desse mineral. Essas pessoas precisam de acompanhamento e tratamento. E o governo deve exigir que isso seja bancado pelas empresas”, disse Duarte.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – O que diz o dossiê do amianto?
Edson Duarte - Esse relatório tem mais de 700 páginas e é um estudo profundo sobre a situação do amianto no Brasil. Nós temos diversos projetos tramitando na Câmara dos Deputados e no Senado a respeito do amianto e este relatório é o resultado de um grupo de trabalho que foi formado na Câmara dos Deputados para garantir subsídios em relação ao tema. Esse assunto é extremamente relevante e, no Brasil, foi motivado pelo banimento do amianto em toda a Europa e em alguns países da América do Sul. Alguns estados, como São Paulo, já proibiram o uso do amianto. Há, portanto, um debate intenso, mas que não tinha subsídios para ir adiante. Desta forma, o grupo de trabalho elaborou este relatório de modo que pudesse garantir conteúdo para a realização do debate em torno das conseqüências do uso do amianto. Creio que, a partir de agora, vamos ter as condições e subsídios necessários para fazer um debate profundo e, com isso, espero que o Brasil tenha coragem de tomar a decisão de proibir o amianto de uma vez por todas em todo o país.
IHU On-Line – Há impactos sociais caso a lei seja aprovada?
Edson Duarte – Há. Isso porque temos, logicamente, empregos ligados à cadeia do amianto, desde a mina até o comércio. Mas não teremos grandes impactos com a proibição do uso desse recurso, porque a partir do momento em que o amianto seja banido, teremos outras matérias diversas que podem substituí-lo. Não haverá impacto significativo, até porque a cadeia do amianto é hoje uma cadeia bastante restrita. O único local que poderia sofrer um impacto maior é a cidade de Minas Sul, no interior de Goiás, onde está localizada a única mina de amianto do mineral no Brasil. De qualquer forma, independente do banimento, o amianto é um mineral não renovável, então não tem como a cidade de Minas Sul ficar dependendo deste mineral como única fonte de renda, como acontece hoje. O que temos percebido é que em Goiás não há uma preocupação das autoridades em fazer uma transição necessária e inadiável.
IHU On-Line – É verdade que as doenças do amianto não ocorrem mais no Brasil?
Edson Duarte - Não é verdade. Há uma invisibilidade das doenças do amianto no Brasil. Há uma precariedade nos diagnósticos das doenças. Hoje, o acompanhamento das pessoas é feito quase que exclusivamente pelos médicos das empresas. Os trabalhadores não têm a quem recorrer porque o sindicato do setor é comprometido também com as empresas. É um sindicato que faz parte do movimento de lobby pró-amianto. Assim, estes trabalhadores não tem como receber outra avaliação, não há estrutura pública que ofereça tanto exames quanto diagnósticos que possam associar os problemas de saúde com o amianto. O que nós sabemos é que algumas das doenças que são associadas ao amianto só aparecem depois de 30, 40 anos que o trabalhador teve contato com a fibra. Hoje não podemos dizer de forma segura que não há doentes no Brasil. É claro que os processos industrial e de mineração mudaram muito no país, mas não conseguiram garantir que o trabalho com amianto seja seguro e sem riscos. Todas as formas de amianto são agressivas e prejudiciais à saúde em todos os níveis de exposições e em todos os níveis em relação ao número de partículas em suspensão no ar. Isso é consenso médico e científico.
IHU On-Line – Antes mesmo da elaboração do dossiê, o senhor já havia tomado posição contrária ao uso do amianto. Por quê?
Edson Duarte - Eu encontrei tantos doentes em função do amianto no Brasil e isso me preocupou muito. Quando visitei as cidades Poções e Bom Jesus da Serra, no interior da Bahia, fiquei assustado com o número de doentes com problemas respiratórios que trabalharam na mina de amianto da região ou tiveram algum contato com ela. Acredito que precisamos conhecer esse assunto com profundidade e, definitivamente, tomarmos a decisão de proibir o amianto no Brasil.Não há razão econômica, científica, tecnológica e comercial que justifique a continuidade do uso desta fibra. Se Europa, Argentina, Chile, Uruguai baniram, é preciso que o Brasil faça isso logo. É preciso, também, que o governo brasileiro acompanhe todos aqueles que trabalharam ou que tiveram contato com a produção ou produtos feitos a partir do amianto. Essas pessoas precisam de acompanhamento e tratamento e o governo deve exigir que isso seja bancado pelas empresas.
IHU On-Line – Como é a cadeia de produção do amianto no Brasil?
Edson Duarte - A cadeia de produção do amianto hoje no Brasil se restringe a uma mina que é uma das maiores do mundo. Ela é de propriedade da SAMA S.A. - Minerações Associadas que, por sua vez, pertence ao Grupo Eternit. Este é o maior grupo econômico que transforma amianto em produtos como telhas. Das novas empresas do Brasil, apenas três ainda usam filtros a base de amianto, sendo que duas delas já anunciaram o interesse de fazer a substituição. No setor de telhas já temos uma série de produtos similares, feito com outros recursos e com preços compatíveis. A própria Eternit já oferece telhas sem o amianto.
IHU On-Line – Como é feito o controle social na vigilância dos trabalhadores expostos ao amianto e qual a efetividade dessa regulação?
Edson Duarte - Não há controle, porque não existe estrutura pública para fiscalização e acompanhamento. No Ministério do Trabalho nós contamos apenas com uma profissional, que é uma das maiores especialistas no Brasil em relação ao amianto. A Fundacentro, que deveria acompanhar a questão da saúde, tem uma estrutura muito limitada de profissionais para dar atenção a um problema como o do amianto.
IHU On-Line – Há alternativas, portanto, para o uso do amianto?
Edson Duarte – Existem muitas alternativas. Os produtos que eram feitos com fibra do amianto já estão utilizado recursos à base do petróleo, fibras naturais e celulose. Há no mercado hoje material disponível e não há necessidade de continuarmos explorando o amianto. O Brasil deveria investir e financiar pesquisas para o aprimoramento das alternativas, não só para o amianto, mas para toda e qualquer produto que ofereça risco à saúde para a população.
Hoje, utilizando o amianto, estamos tendo dois custos:
1) com o uso de uma tecnologia inadequada; e
2) com a saúde pública daqueles que estão ficando doentes.

domingo, 18 de julho de 2010

A economia azul é possível. Entrevista especial com Jorge Alberto Vieira Costa

O professor Jorge Alberto Vieira Costa é tão defensor da economia azul que faz parte de um seleto grupo no Brasil que já desenvolve pesquisas que estão dentro dessa ideia. Segundo ele, “a economia azul é uma economia voltada ao ambiente, ao social e requer poucos gastos”. Diferente da economia verde, a azul foi pensada por Gunter Pauli, fundador do Zero Emissions Research and Initiatives, que em seu mais recente artigo usou a pesquisa desenvolvida pelo professor Jorge Alberto como um exemplo real da sua teoria econômica. A ideia da pesquisa do professor gaúcho é reutilizar o dióxido de carbono residual de uma usina elétrica movida a carvão para alimentar a alga Spirulina, que por sua vez produz alimento rico em proteínas e é usada para fabricar biocombustíveis.Na entrevista a seguir, realizada por telefone, Jorge Alberto explicou as funcionalidades e resultados da sua pesquisa com a spirulina. “Quando os espanhóis chegaram ao México, os astecas comiam a Spirulina, uma massa verde que até então não se sabia o que era, e viviam muito mais que outros povos”, relatou.Jorge Alberto Vieira Costa é graduado em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal do Rio Grande.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul fez especialização em Biotecnologia Moderna e é doutor em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas.Confira a entrevista.
IHU On-Line – O que é a economia azul?
Jorge Alberto Vieira Costa – É uma visão diferenciada da economia. Esperamos que ela mude a forma como está sendo conduzida a questão do capital. A economia azul é uma economia voltada ao ambiente, ao social e requer poucos gastos.
IHU On-Line – O senhor pode nos explicar como funciona e para que serve a pesquisa que desenvolve com dióxido de carbono residual de uma usina elétrica movida a carvão?
Jorge Alberto Vieira Costa – Para produzir energia, utiliza-se a maneira biológica e sustentável ou combustíveis fósseis. Estes existirão durante algum período. Ao queimar combustível fóssil, gera-se CO2 que estava no subsolo durante milhões de anos e que vai para atmosfera. O que fazemos é tentar utilizar a biologia para trazer de volta esse CO2. Então, queima-se o carvão e usamos microalgas para se alimentarem do CO2 através da fotossíntese. Assim, elas produzem energia e crescem. Crescendo, geram uma biomassa que terá várias utilidades, como a criação de novos biocombustíveis ou até alimentos. Como o carvão pode estar contaminado por metais pesados, só estamos produzindo biocombustíveis, como biodiesel, biometano e biohidrogêngio. Com isso, esse biocombustível vai para a caldeira, substituindo aquele que, inicialmente, era queimado em quantidade maior. Ou seja, há um ciclo completo. Vamos diminuindo cada vez mais a quantidade de combustível fóssil queimado e de CO2 jogado na atmosfera.
IHU On-Line – Que impactos os resultados dessa pesquisa pode ter sobre a economia local?
Jorge Alberto Vieira Costa – O Rio Grande do Sul tem 90% das reservas de carvão do país, que é um dos mais baratos do planeta. No futuro, se não for resolvida a questão do CO2, ele se tornará inviável. Hoje já existem tecnologias para diminuir outros gases que são produzidos durante a queima do carvão, como os responsáveis pela chuva ácida. Além disso, equipamentos resolvem o problema da grande quantidade de cinzas. Mas ainda não existe uma tecnologia disponibilizada comercialmente que resolva a questão do gás carbônico. Há duas soluções por enquanto: injeção de CO2 em poços de petróleos e em minas de carvão desativados e a outra é a biofixação. Os poços de petróleo mais próximos do Rio Grande do Sul estão a milhares de quilômetros, por isso essa primeira hipótese está descartada. Além disso, as minas de carvão brasileiras são a céu aberto, diferentes de outros países. No Brasil não há muitas outras alternativas a não ser a fixação biológica.
IHU On-Line – É possível manter a ideia de crescimento que o Brasil e países em desenvolvimento têm a partir da economia azul?
Jorge Alberto Vieira Costa – Sim, é possível. Mas as autoridades responsáveis e os órgãos reguladores precisam começar a tomar atitudes. Não estou vendo isso, por exemplo, nas termoelétricas que estão sendo instaladas na Amazônia, por exemplo. Existe preocupação com o dióxido de enxofre, com o SO2, mas não há preocupação com o CO2. Essa não é uma questão que deve ser tratada só pelo Ministério de Minas e Energia. Deve vir do Ministério do Meio Ambiente, que é o grande responsável por este tema. Fazer os empresários entenderem a economia azul me parece mais difícil do que fazer os organismos controladores entenderem e passarem a ideia para todos.
IHU On-Line – Qual a viabilidade técnica da utilização de microalgas para a redução da emissão de gás carbônico proveniente da geração termelétrica?
Jorge Alberto Vieira Costa – Toda essa questão de não deixar o gás carbônico chegar à atmosfera ou retirá-lo de lá é feita pelas árvores e microalgas. Todo oxigênio que respiramos vem daí também. As microalgas são responsáveis por cerca de 70% do oxigênio que respiramos, mas todo mundo pensa que são as árvores. É fácil observar isso, é só pegar um mapa mundi e ver onde há área verde e onde há área azul, que corresponde a dois terços do planeta. Onde há área azul, há microalgas.
IHU On-Line – O que é a Spirulina?
Jorge Alberto Vieira Costa – Spirulina é uma microalga que se adapta muito bem ao consumo humano. Ela tem liberação em todos os órgãos internacionais relacionados à saúde humana e alimentação. Foi uma descoberta riquíssima. Quando os espanhóis chegaram ao México, os astecas comiam a Spirulina, uma massa verde que até então não se sabia o que era, e viviam muito mais que outros povos. Ela é rica em aminoácidos essenciais e uma das principais fontes de proteínas existentes. Mais de 50% da biomassa dela é composta por proteína. Além disso, a Spirulina tem uma série de ácidos graxos essenciais, como o ômega-3 e o ômega-6, que são tão falados, e também tem uma quantidade de antioxidante muito grande. O antioxidante é a substância da moda, que diminui os problemas relacionados ao envelhecimento celular. Spirulina em pó.
IHU On-Line – Como ela pode mudar nosso padrão de consumo alimentar?
Jorge Alberto Vieira Costa – Esse padrão tinha de ser modificado com uma reeducação alimentar. Isso passaria, entre outras coisas, pelo aumento do consumo de fontes ricas de aminoácidos, ácidos graxos e antioxidantes. A Spirulina caberia muito bem nesse sentido. O ser humano não precisaria, por exemplo, deixar de comer um bolo de chocolate, que é algo que todo mundo gosta. Nós já formulamos o bolo com a Spirulina, receita que até já saiu no Globo Repórter. As crianças adoram tomar leite com achocolatado, então formulamos o achocolatado com Spirulina. Tentamos adaptar na alimentação diária das pessoas a Spirulina sem mudar alguns padrões alimentares. Claro, não vai dar para fazer um churrasco com microalgas. Mas até não acho que o churrasco seja o maior problemas, mas sim os “fast-foods”.
IHU On-Line – De que forma a economia azul pode resolver os problemas atuais em relação ao meio ambiente?
Jorge Alberto Vieira Costa – Economia Azul passa a ser um passo além do desenvolvimento sustentável. Se já pensávamos no desenvolvimento sustentável como forma de corrigir as coisas erradas que fizemos no planeta nos últimos 150 anos, quando começamos a destruir o meio em que a gente vive, o que é uma burrice muito grande, a Economia Azul já passa a ser o passo seguinte. O meio ambiente irá agradecer.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

CAMPANHA SOLIDÁRIA CONTRA A FOME....

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou uma campanha denominada 1billionhungry (Um bilhão de pessoas com fome). O propósito é recolher um bilhão de assinaturas em todo o mundo para fazer uma pressão política junto à ONU, mostrando que a fome é um crime.
O que é a fome?
Para os mais afortunados, é apenas a sensação no estômago que lhes diz que "são horas de comer.” Para os que têm menos sorte, e não conseguem ter a comida suficiente todos os dias, a fome fá-los-á sentir débeis e cansados, incapazes de concentrar-se, e até doentes. A única coisa em que conseguem pensar é quando vão ter alguma coisa para comer. Para centenas de milhões de pessoas no mundo inteiro, esta sensação dura todo o dia, todos os dias, e nunca sabem se, e quando, esta sensação vai acabar. Para eles, a fome pode levar à doença e a danos temporários ou permanentes para a sua saúde. Eles não têm comida suficiente para mantê-los ativos e sãos, e não consomem as vitaminas e os sais minerais de que o corpo necessita para funcionar bem. Isto é a fome crônica. Quando a fome é extrema e depois de dias com comida insuficiente ou nenhuma, o corpo começa a alimentar-se da única coisa que pode: ele mesmo, decompondo a sua própria gordura e tecidos, o que consequentemente pode levar à inanição e à morte.
O por que da fome ?
O problema não é a falta de alimentos. Atualmente são produzidos no mundo alimentos suficientes para que todas as pessoas possam ter uma alimentação adequada e possam levar uma vida sã e produtiva. A fome existe por causa da pobreza. Existe porque as catástrofes naturais, como terremotos, inundações e secas, ocorrem muitas vezes em lugares onde as pessoas pobres têm muito pouco ou nada para poder reconstruir, quando ocorrem danos. Existe porque, em muitos países, as mulheres, apesar de serem quem mais trabalha na agricultura, não têm o mesmo acesso que os homens à formação, ao crédito ou à posse da terra. A fome existe por causa dos conflitos, que impedem as pessoas de ter qualquer possibilidade de levar uma vida decente e alimentar as suas famílias. Existe porque as pessoas pobres não têm acesso à terra ou a infra-estruturas agrícolas sólidas para produzir culturas viáveis.
Quem são os que sofrem com a fome?
São, sobretudo, os rurais pobres que vivem em países em desenvolvimento – nas aldeias na Ásia, na África, na América Latina e Caribe – que dependem na sua maior parte da criação de gado ou do cultivo de produtos alimentares em pequenas parcelas, destinados a satisfazer as suas necessidades básicas de nutrição. Os sem terra também são ainda mais vulneráveis e no grupo da fome encontram-se ainda viúvas, órfãos, idosos, trabalhadores eventuais, refugiados. Esses pobres rurais não conseguem um rendimento estável, e por isso não conseguem complementar as suas necessidades de nutrição comprando os alimentos que necessitam. Frequentemente migram para as cidades à procura de trabalho, que é muitas vezes escasso e mal pago. O baixo rendimento traduz-se em poucos meios para comprar alimentos nos mercados locais. As mulheres são normalmente mais afetadas, as que são mal alimentadas durante a gravidez e terão maior probabilidade de dar à luz a crianças desnutridas. Quando catástrofes, como inundações, terremotos e secas atingem países vulneráveis, os pobres vêem-se forçados a abandonar as suas casas e os seus meios de sustento, aumentando assim o número de vítimas da fome.
O que se pode fazer para lutar contra a fome?
Partilhar a esperança de um mundo sem fome é o primeiro passo. Acabar com as desigualdades de gênero e dar às mulheres poder para desempenhar um maior papel no desenvolvimento agrícola, é outro. O problema da fome deve ser uma prioridade nos países mais empobrecidos. Aos pequenos agricultores devem ser facultadas as oportunidades e a educação de que necessitam para poderem produzir alimentos e gerar rendimento em quantidade suficiente para as suas famílias. As economias rurais têm de crescer para aumentar as oportunidades de emprego para aqueles que o necessitam e assim reduzir as migrações do espaço rural para as cidades. Tem que se dar mais ênfase à melhoria do acesso dos pequenos agricultores, tanto a mercados domésticos como internacionais. Os nossos recursos naturais têm de ser geridos de forma sustentável, para assegurar que a terra não seja explorada em excesso. Os setores público e privado têm de colaborar para acabar com a pobreza e a desigualdade e melhorar o acesso a uma alimentação segura para todos.
Como participar da campanha?
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou uma campanha denominada 1billionhungry (Um bilhão de pessoas com fome). Solicita que divulguemos esta campanha, através da coleta de assinatura. O propósito é recolher um bilhão de assinaturas em todo o mundo para fazer uma pressão política junto à ONU, mostrando que a fome é um crime.O slogan da campanha é: 1 bilhão de pessoas vive com fome crônica e eu estou louco de raiva.Para assinar a petição.
Veja como:Acessar o seu link
Pode-se fazer a assinatura eletrônica, ou baixar o texto do abaixo-assinado e recolher as assinaturas, que é muito simples e não necessita de nenhum documento.Esta campanha foi assumida pelo CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) em sua reunião plenária no dia 01 de julho. O Mutirão pela superação da miséria e da fome quer fazer-se presente nesta campanha, solicitando que todas as pessoas envolvidas em nosso trabalho social, à luz da fé cristã, abracem esta causa.A data limite proposta para o recolhimento das assinaturas é o dia 7 de setembro de 2010. Elas deverão chegar à ONU no dia 16 de outubro – dia mundial da alimentação

sábado, 3 de julho de 2010

Entendendo o vazamento de petróleo nos EUA. Entrevista especial com Gerson Fauth

IMAGEM DO GOLFO DO MÉXICO, E EM DESTAQUE O VAZAMENTO DE ÓLEO... E A ÁREA DE ATUAÇÃO DO MESMO....
As vezes pensamos estar informados sobre tudo, ou todas as circunstãncias do vazamento de petróleo no golfo do méxico, esta entrevista mudará seus conceitos e opiniões...
As informações que chegam à população são de que pelo menos cinco mil litros de óleo vazam diariamente do “buraco” do poço de petróleo que sofreu acidente no Golfo do México. Este volume é cinco vezes maior do que o estimado quando a plataforma que extraia óleo deste poço afundou.
A IHU On-Line conversou com o professor de Geologia da Unisinos, Gerson Fauth, sobre as implicações técnicas para conter o vazamento e se há chances de ocorrer algo semelhante no Brasil, que, com o pré-sal, começa a investir pesado na extração de petróleo. A entrevista foi realizada por telefone.
“Nesse final de semana, uma tormenta forte deve chegar à região e empurrará o óleo em direção ao litoral. Esse vazamento deve levar até dois meses para ser estancado, e isso causará uma série de consequências no litoral sul dos Estados Unidos, principalmente para a população da Louisiana. Como essa região é pantanosa, o problema é mais grave ainda. Isso porque, se o óleo entrar nessa região de pântano, será impossível retirá-lo”, disse. Gerson Fauth é mestre em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutor em Geologia pela Universitat Heidelberg (Alemanha). Atualmente, é professor do PPG em Geologia da Unisinos, onde ministra as disciplinas de Bioestratigrafia e Ostracodes. Confira a entrevista.
IHU On-Line – Para entendermos a questão do vazamento do petróleo no Golfo do México. Porque o processo de contenção do óleo é tão demorado? Gerson Fauth – As condições de onde está sendo retirado esse óleo são de mar profundo. Existe uma série de dificuldades técnicas para se chegar a esse lugar e ter condições para pegar todo esse petróleo que está jorrando do poço. Este óleo, quando sai do “buraco” que se abriu, tende a migrar para a parte mais superficial, mais leve e, na medida em que sai do poço, se espalha bastante, impactando uma área gigantesca. A imprensa tem dito que eram cinco mil barris por dia, mas a conta pode ser muito maior do que essa.
IHU On-Line – Que implicações técnicas são necessárias para a contenção desse vazamento?
Gerson Fauth – A implicação técnica exata ninguém sabe ao certo. Esses tipos de problemas que ocorreram agora não são muito comuns. Ainda assim, há uma série de precauções que devem ser tomadas quando se vai perfurar para extrair o óleo, é preciso ter muitas válvulas e portas que são trancadas caso exista um erro. Comenta-se que uma determinada válvula que precisava ser colocada, não foi. A British Petroleum não tomou certas precauções para evitar problemas que decorreram nessa catástrofe ecológica. Ou seja, houve uma economia que causou esse problema. Quando é uma empresa séria, esse tipo de situação não ocorre.
IHU On-Line – Por quanto tempo se sofrerá com as consequências desse vazamento?
Gerson Fauth – Não se sabe ainda ao certo. Nesse final de semana, uma tormenta forte deve chegar à região, e ela deve empurrar o óleo em direção ao litoral. Esse vazamento levará até dois meses para ser estancado, e isso vai causar uma série de consequências no litoral sul dos Estados Unidos, principalmente para a população da Louisiana. Como essa região é pantanosa, o problema é mais grave ainda. Isso porque, se o óleo entrar nessa região de pântano, será impossível retirá-lo. Provavelmente, muitas gerações vão sofrer com as consequências desse desastre.
IHU On-Line – Que danos ambientais, especificamente, esse vazamento pode causar?
Gerson Fauth – Os mais prejudicados são os ambientes pantanosos no sul dos EUA. Dessa forma, o desastre atinge as aves que vivem sobre a água e a própria população ribeirinha que vive da pesca. Imagine um lugar pantanoso, muita água, pouca energia, poucas ondas, que é invadido por um óleo que bate nos troncos e nas folhas. Dificilmente ele vai ser retirado. A mesma coisa aconteceu no Alasca, só que num lugar pedregoso. Lá, as pedras foram “lavadas” e o problema praticamente solucionado. Como lavar um lugar pantanoso? Quando chega na areia é fácil de tirar, mas nos pântanos não.
IHU On-Line – Algo parecido pode acontecer no Brasil?
Gerson Fauth – É pouco provável. Bom, pode acontecer com qualquer sonda, qualquer plataforma no mundo em que não sejam tomadas as devidas precauções. As chances de isso acontecer no Brasil são pequenas, porque as empresas que trabalham aqui são mais sérias. No caso dos EUA, houve uma espécie de “quarteirização”, pois uma empresa cedeu à outra empresa, que cedeu para uma terceira. No final, ninguém se responsabilizou e assumiu a culpa. Mas a BP, que é uma das maiores petroleiras do mundo, está sendo culpada por ser a principal responsável por aquele poço, embora ela não estivesse naquele lugar, naquele momento.
IHU On-Line – O Brasil teria condições de amparar um problema assim?
Gerson Fauth – Nenhum país tem condições. Os EUA são o país mais rico do mundo, com melhor tecnologia, com os profissionais mais capacitados, e não conseguem resolver o problema. O presidente Obama está sendo humilhado por não conseguir contornar a situação. Ninguém está preparado para isso.
IHU On-Line – Esse vazamento no Golfo do México pode mudar de alguma forma a economia do petróleo?
Gerson Fauth – Eu entendo que não, não muda nada. Agora, o que muda é que haverá maiores estudos a respeito de aperfeiçoamento de técnicas para evitar esse tipo de problema no futuro. Na história da extração do petróleo no mundo, existiram vários vazamentos, mas nenhum tão intenso, tenso e catastrófico para o meio ambiente como esse. E também este vazamento no Golfo do México só está na mídia porque é nos EUA. A Nigéria está vivendo o mesmo problema e não está na mídia. O que é lamentável, pois sempre que uma catástrofe como essa acontecesse, a população e o mundo deveriam ser alertados.